Excerto do texto do Dr. André Andraz Cruz na Revista Onco Glam
“ Para a pessoa com doença oncológica, a conclusão do seu tratamento de quimioterapia representa um marco de grande importância na sua vida, associado frequentemente a um sentimento de alívio, de missão cumprida, de cura e de sobrevivência. Contudo, o sentimento de insegurança face ao futuro (a minha doença poderá voltar?) e a complexa integração biopsicossocial na forma de sequelas tardias representam grande desafio. É neste contexto que se enquadra a entidade“Chemo brain” (cérebro de quimioterapia), um dos possíveis efeitos da quimioterapia que pode,silenciosamente, impactar a vida da pessoa.
O que é o “chemo brain”?
É uma entidade clínica que abrange a disfunção cognitiva que a pessoa sobrevivente de cancro enfrenta durante e após quimioterapia. Cerca de 14% dos mesmos reportam este tipo de alteração. A sua fisiopatologia não está completamente esclarecida, mas julga-se estar associada ao atraso do crescimento celular em áreas do cérebro associadas à memória e aprendizagem(neurotoxicidade). Existe uma associação entre doses mais altas de quimioterapia. Pode estar também associada a outros tratamentos oncológicos (hormonoterapia e radioterapia), assim como a outros factores de risco–insónia, stress, fadiga, deficit nutricional, depressão, alterações hormonais, ansiedade...)
Quais as possíveis manifestações?
- Dificuldade em concentrar-se numa única tarefa
- Problemas de gestão de atividades diárias/resolução de problemas
- Problemas com a memória de curto prazo (esquecer detalhes de eventos recentes)
- Dificuldade em encontrar a palavra ou frase certa
- Sentir-se mentalmente mais “lento" do que o habitual sentimento de “nevoeiro mental”
Como diagnosticar? Qual a duração/evolução? Como minimizar os sintomas? Existe tratamento? Todas as respostas no artigo completo na terceira edição da OncoGlam Magazine.