A PULMONALE assinala o Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão com o lançamento de uma campanha sob o mote “Se fuma até hoje, o rastreio devia ser para ontem!”. Destinada sobretudo a fumadores e ex-fumadores, com idades compreendidas entre os 50 e os 75 anos, esta campanha dirige-se também a todas as entidades públicas com responsabilidades na área da saúde, e apela à implementação urgente do rastreio do cancro do pulmão, no país.
Segundo Isabel Magalhães, Presidente da PULMONALE, “temos de lutar para que o rastreio ao cancro do pulmão seja disponibilizado, incidindo na população elegível, fumadores e ex-fumadores”. E acrescenta: “Esta campanha nasce da necessidade imperativa em implementar o rastreio do pulmão, seguindo o bom exemplo de outras áreas oncológicas. O diagnóstico precoce é o método mais promissor para reduzir a mortalidade devido ao cancro do pulmão no nosso país, que é, das diversas patologias oncológicas, a mais mortal, entre os portugueses”.

Isabel Magalhães congratula-se com o anúncio do Ministério da Saúde sobre os dois projetos-piloto, que estão identificados para acontecer em Cascais, numa iniciativa conjunta com a autarquia, e na ULS de Santo António, no Porto, ainda que para já não se conheça qualquer desenvolvimento desde o anúncio público em Junho deste ano. “Neste momento, os Portugueses continuam a não dispor de um rastreio de índole populacional”, declara. “A promoção e prevenção da saúde, com todos os ganhos associados, tem de deixar de ser um tema de conversa, ou uma notícia de jornal, e passar a ser uma estratégia evidente do SNS. A nossa campanha quer precisamente afirmar a urgência na implementação do rastreio do cancro do pulmão no SNS.”
Recorde-se que em 2022, a Comissão Europeia recomendou aos seus estados-membros que dessem início a projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão associados a programas de cessação tabágica e posteriormente aprovou a inclusão do rastreio nos planos de prevenção da doença oncológica, entretanto implementado já pela Croácia, Polónia e República Checa, mas ainda não concretizada em Portugal. Decorrem atualmente projetos-piloto em vários países entre os quais, Países Baixos, França, Irlanda e Hungria.

O teste considerado como mais eficaz para detetar o cancro do pulmão numa fase precoce é feito através de uma tomografia computadorizada torácica de baixa dose, com necessidade de articulação com o SNS para acesso ao tratamento de todos os achados no exame. Quando diagnosticado em fase inicial, o cancro do pulmão apresenta taxas de sobrevivência substancialmente superiores às verificadas em estádios avançados.
Sendo o tabagismo o principal fator de risco no cancro do pulmão, cuja causa é em mais de 80% atribuída ao tabaco, a PULMONALE acredita que é fundamental implementar o rastreio junto da população, bem como incentivar a adoção de estilos de vida saudável que podem levar ao abandono de hábitos tabágicos, pois os dados não são animadores:
- Em Portugal, ocorrem cerca de 5077 mortes por ano (Fonte: GLOBOCAN)
- O cancro do pulmão é o mais mortal no mundo, com mais de 1,8 milhões (Fonte: GLOBOCAN)
- Estima-se que o rastreio a esta neoplasia maligna reduza a mortalidade em pelo menos 20%
Sobre a PULMONALE – A Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão é uma associação para os doentes e pelos doentes com cancro do pulmão que procura combater o estigma que existe associado à doença e ajudar os que dela sofrem. O cancro do pulmão é a quarta doença oncológica com maior taxa de incidência, mas a mais mortal. Sem fins lucrativos, a PULMONALE nasceu no final de 2009 com o objectivo de prestar aconselhamento e apoio a pessoas que sofram de cancro pulmão e seus familiares, promover a melhoria e alargamento dos cuidados médicos, a difusão de informação sobre a doença junto do público, facilitar a cessação tabágica e promover a investigação sobre as causas e tratamento desta doença.