CUF lança Unidade do Sobrevivente de Cancro: uma resposta pioneira em Portugal

CUF lança Unidade do Sobrevivente de Cancro: uma resposta pioneira em Portugal

Com o número de sobreviventes de cancro a aumentar significativamente, fruto da deteção precoce e dos avanços nos tratamentos, torna-se essencial garantir um acompanhamento especializado no período pós-tratamento. Foi precisamente com este objetivo que a CUF criou a Unidade do Sobrevivente de Cancro, um projeto inovador e pioneiro em Portugal, desenvolvido em conjunto com sobreviventes oncológicos, e que se foca na qualidade de vida no pós-cancro.

Um novo olhar sobre o pós-tratamento

Esta unidade nasce para dar resposta às várias necessidades — físicas, emocionais e sociais — que surgem após o fim dos tratamentos oncológicos. A abordagem é centrada na pessoa e conta com equipas multidisciplinares altamente diferenciadas.

Madalena d’Orey, sobrevivente de cancro e uma das pessoas envolvidas na criação da unidade, destaca:

“É fundamental que os médicos que nos acompanham após um cancro tenham experiência específica no seguimento de sobreviventes. Que saibam reconhecer e compreender as sequelas do cancro — sejam elas de âmbito físico, emocional ou social —, e que nos consigam aconselhar sobre os cuidados mais adequados às nossas necessidades.”

A abordagem é centrada na pessoa e conta com equipas multidisciplinares altamente diferenciadas.

Os desafios do pós-cancro

Segundo a Comissão Europeia, existem atualmente mais de 12 milhões de sobreviventes de cancro na Europa. Em Portugal, a Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que sejam já mais de meio milhão de pessoas. Apesar dos avanços médicos, os efeitos a médio e longo prazo dos tratamentos oncológicos continuam a afetar profundamente a vida de muitos sobreviventes.

Dr.ª Mariana Malheiro, oncologista do Hospital CUF Tejo, sublinha:

“Sintomas depressivos, dor, fadiga, perda de memória, problemas de concentração, dificuldades nas relações sociais e familiares estão entre as queixas mais reportadas pelos sobreviventes de cancro.”

E acrescenta:

“A evidência científica é clara: até 75% dos sobreviventes de cancro reportam alterações cognitivas após o fim do tratamento, sobretudo dificuldades de memória e concentração. Além disso, mais de 50% referem distúrbios do sono e cerca de 24% apresentam sintomas de ansiedade.”

O medo da recidiva é outro fator comum:

“Cerca de 50% dos sobreviventes revelam preocupação relativamente à possibilidade de o cancro voltar”, refere a oncologista.

Dr.ª Li Bei, oncologista no Hospital CUF Descobertas, alerta para os efeitos que podem surgir muito tempo após o fim do tratamento:

“Estes podem incluir problemas cardíacos, desregulação hormonal e compromisso da mobilidade. Todas estas implicações motivam a necessidade de avaliação e acompanhamento clínico dos sobreviventes, para que possam obter orientações que promovam a sua saúde e qualidade de vida.”

Uma equipa multidisciplinar ao serviço da recuperação

A Unidade do Sobrevivente de Cancro da CUF Oncologia oferece uma abordagem integrada, começando por uma avaliação médica que permite identificar as necessidades específicas de cada sobrevivente. Consoante o caso, pode ser feita a referenciação para áreas como:

  • Cardio-Oncologia

  • Psico-Oncologia

  • Nutrição Oncológica

  • Reabilitação Física

  • Cessação Tabágica

  • Endocrinologia

  • Dermatologia, entre outras especialidades.

Este modelo de atuação está em linha com as mais recentes orientações internacionais para o seguimento de sobreviventes oncológicos, reforçando o compromisso da CUF com cuidados de saúde continuados, humanizados e centrados na pessoa.

Onde está disponível?

A nova unidade está já em funcionamento nos hospitais CUF Descobertas e CUF Tejo, estando previsto o alargamento ao Hospital CUF Porto ainda este ano.

Com esta iniciativa, a CUF dá um passo decisivo para que o pós-cancro seja vivido com mais apoio, mais saúde e mais qualidade de vida.


 

 

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